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Tem novidade no PDT da região. Eduardo Vargas é o coordenador

Foto: PDT (Divulgação)

Eduardo Vargas tem 36 anos, é engenheiro civil, especialista em Gestão de Territórios e mestre em Desenvolvimento Regional. Possui, também, indiscutível pedigree - filho de João Luiz (atual prefeito e ex-deputado, entre outras funções) e Júlia (ex-prefeita). Sem pretensões eleitorais, mas não só por isso, é o novo coordenador regional do PDT, em substituição a Marcelo Bisogno. Depois de uma longa hegemonia santa-mariense, São Sepé está no comando. É isso, mesmo? Com a palavra, o próprio Vargas, em três respostas:

Claudemir Pereira - Santa Maria sempre comandou politicamente o PDT da região. Com a sua assunção à Coordenadoria, o eixo mudou para São Sepé?

Eduardo Vargas - A centralidade de Santa Maria é natural pela relevância do Marcelo Bisogno, pedetista histórico que faz das tripas coração para manter vibrante a rosa do PDT na região. E fez um bom trabalho, mesmo com as limitações que o próprio partido impõe às regiões que não elegeram deputados. O eixo não mudou para São Sepé. A gente, aqui, é que quer fortalecer o trabalho já desempenhado.

CP - Com que compromissos (e apoios políticos) o senhor assumiu como Coordenador?

EV - Foi uma construção coletiva, tanto que se costurou o consenso. Cada um tem seu perfil, e neste momento é melhor que o coordenador seja alguém sem interesse direto na eleição de deputado. O João Luiz Vargas, que está fazendo um governaço em São Sepé, já avisou que não concorrerá, embora seu nome esteja disponível para integrar a chapa majoritária do PDT. O meu único compromisso é esse: mobilizar o povo para votar no partido, eleger o Ciro Gomes como presidente e o Romildo Bolzan Jr, caso ele concorra a governador.

Acho que o Brasil não está bem, e acredito que é pela base que a gente faz as mudanças, usando o potencial oriundo das universidades, a experiência dos gestores e vereadores. Quero reunir nossas ideias e entregar para o partido em Porto Alegre e Brasília. E depois cobrar deles que as promessas sejam cumpridas.

CP - O partido, como regra, nas últimas eleições têm apoiado candidaturas "forasteiras". Como será em 2022?

EV - A política mudou, até a legislação acredito que vá mudar. Olha como são universais algumas candidaturas: o Cezar Schirmer é vereador em Porto Alegre, o Paulo Pimenta hoje é um deputado do Brasil, o Beto Fantinel não é mais só da pequenina Dona Francisca. Vicente Bisogno sempre foi maior que Santa Maria. Na pauta da educação, o reitor Paulo Burmann transcende qualquer fronteira. Mas temos que reconhecer que é preciso mudar a estratégia, principalmente porque em 2020 o PDT não foi bem na região. Só elegemos pedetistas em 8 dos 22 municípios da coordenadoria, em 11 deles nem concorremos. Minha proposta é mudar este quadro em 2024.

Monolíticos? Só os partidos do eu sozinho (a)
Votação de terça, 3, que enterrou a possibilidade de instalação de Comissão Processante contra o prefeito Jorge Pozzobom, afora ter permitido perceber o tamanho efetivo, e menor do que se supunha, da oposição mais extremada, também fez com que se soubesse o nível de coesão interna das siglas.

Exemplo: o PP e o MDB, os mais ferrenhos, não lograram unanimidade. Monoliticos, meeeesmo, só PSL, DEM e PDT, mesmo que com votos diversos. Ah, são partidos de uma cadeira só. No caso, as ocupadas pelo tonitruante Tony Oliveira, por Manoel Badke e Luci Duartes.

Até o oposicionista PSB, que votou unido, tem questões pendentes, com a vontade de Paulo Ricardo Pedroso de concorrer à Assembleia e (talvez) bater de frente com o presidente Fabiano Pereira. Então...

Em tempo: também na oposição, mas com postura bem diversa, há outro monolítico. No caso, o PC do B de Werner Rempel.

O que as polêmicas votações da semana sinalizam no Legislativo

ma preliminar: vereador é eleito para apresentar projetos e votar o que aparece pela frente. Melhor, claro, se atenderem as expectativas do seu eleitor. Dito isto, essa prerrogativa não é garantia de imunidade a críticas e, menos ainda, ao escrutínio da população e da mídia.

Entendido? Então, na avaliação deste escriba, há duas conclusões importantes a partir das polêmicas decisões que os edis da comuna tiveram que tomar nesta semana.

Uma, a tentativa de um estudante de ver o prefeito ser investigado por uma Comissão Processante, por suposto crime de responsabilidade.

A outra, a mudança no Plano Diretor, para permitir a edificação de prédios com limite vertical de 25 metros, o que facilitará a construção da Vila Militar que abrigará o pessoal lotado na futura Escola de Sargentos das Armas (ESA).

No primeiro caso, a antessala da cassação do prefeito (representada por desgastante Comissão de Investigação) foi aceita por apenas cinco edis. No segundo, emendas foram retiradas e a aprovação (não sem murmúrios localizados) se deu por unanimidade - e a lei até já foi sancionada e o resultado encaminhado a quem decide sobre a vinda da ESA.

Agora, as conclusões claudemirianas.

Primeiro: as votações, sobretudo a da denúncia contra Jorge Pozzobom, exibiram o verdadeiro corte político da Câmara. Ficou claro o número de opositores que (legitimamente, se diga) tende a manter o mesmo comportamento beligerante até o final da Legislatura. Limitado a não mais de um quarto, mas insistente.

Faz lembrar um trio (Tubias Calil, Jorge Pozzobom e o falecido Claudio Rosa) que azucrinou o ex-prefeito Valdeci Oliveira no seu segundo mandato. Agora, afora Tubias, tem outros nomes, mas igual comportamento. Ah, e um virou prefeito.

A outra conclusão é que não vão funcionar tentativas de fazer temas avançarem a jato, buscando "passar a boiada" com peões distraídos em campo. E que há um tempo de debate que precisa ser cumprido. E a maioria convencida. E ponto.

MUITA LÁBIA
Almoço e um punhado de telefonemas, além de muito trololó e, enfim, foi selado o acordo que permitiu a retirada de emendas (o jabuti aqui citado na semana passada) do projeto de alteração do Plano Diretor, em benefício da Vila Militar que atenderia aos interesses da cidade e da Escola de Sargentos. Pelo menos quatro vereadores e um empresário participaram, não ao mesmo tempo, das tratativas.

MUITA LÁBIA (2)
O fato é que não foi interditada a discussão em torno de mudanças no Plano Diretor Urbano. Mas fica para o futuro o debate, a ser patrocinado pelo próprio governo municipal. Ele tratará, sim, da possibilidade de construções maiores na Área 14 (grande parte da zona norte da cidade) mas não necessariamente na "15", que incluiria o entorno dos morros protegidos por legislação federal.

ADESÕES
Prévias do PSDB, que definirão o nome da sigla ao Planalto, estão marcadas para 21 de novembro. Muita água rola até lá, mas os movimentos não param de acontecer. Um, projetado por analistas das coisas tucanas, dá conta de possível adesão dos pré-candidatos Arthur Virgílio Neto (ex-prefeito de Manaus) e Tasso Jereissati (senador) ao governador Eduardo Leite. Isso ampliaria em muito as chances do gaúcho. A ver.

HISTÓRIA
No papo eletrônico entre o escriba e o novo coordenador regional do PDT, Eduardo Vargas, o sepeense citou pelo menos dois nomes históricos da sigla e os vinculou ao dias de hoje. No caso, José Fernandes e o falecido Renan Kurtz, que plantaram, no início dos 90's, a ideia (que por muito tempo foi relevante no Estado) dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento, os Coredes.

PARA FECHAR!
Tem gente se debruçando sobre o mapa das votações da semana, projetando um evento que acontece na última sessão ordinária de 2021, na Câmara. Não por acaso, aquela que define a Mesa Diretora do Legislativo para o próximo ano. Se fosse hoje a decisão, há quem diga que o resultado seria pelo menos 12 a 9. Mas sobram recomendações de calma. Afinal, 30 de dezembro ainda está longe, no calendário político.

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